Peru olhou para John como se ele recém tivesse percebido que John estava ali. Olhou para os animais, agora com o leprechaum em cima do hipogrifo, com seus olhos negros mirados para frente. O centauro encarava John com as sobrancelhas tão abaixadas que era difícil distinguir os olhos. A Quimera havia deitado, e olhava para John com tal tédio que parecia ter visto a mesma coisa muitas vezes. Depois de algum tempo, John olhou para Peru, que continuava pálido, com os olhos vidrados no chão. John suspirou, olhou para Peru e falou:
-- Uma Quimera, um Centauro, e um Hipogrifo.
Peru não respondeu, mas olhou para as feras, e, rapidamente, para John, com expressão de raiva.
-- Eles são do nosso time, a Quimera se chama Dragna, bom, é o que eu acho... O Centauro não falou seu nome, então eu o chamo de Júlio, foi quando nos encontramos. O hipogrifo se chama Naft.
Peru se aliviou um pouco, mas logo voltou a desanimar. Ouviram um barulho de galho seco se quebrando. A reação foi sem demora. O centauro bateu as ferraduras no chão, mas a grama aliviou o barulho. A quimera se levantou rapidamente, e se reanimou, com os dentes a mostra. O hipogrifo balançou as asas, fazendo o Tom cair. John pegou sua espada, e Peru fez pose de lutador de boxe, mas ele estava totalmente pálido. As criaturas foram mais para frente, a passos largos. Então, dos arbustos saiu uma fada, com uns 10cm de altura, os cabelos, loiros, tinham um aspecto mal cuidado, e o mais estranho que John percebeu, ao invés de ela estar voando, estava mancando.
Ela andou um pouco para frente, ainda mancando, as criaturas se acalmaram, e o Tom foi até ela.
-- O que aconteceu, minha cara... - ele disse.
-- Meu nome é Natfa, mas agora não temos tempo para conversar—ela estava tão pálida quanto o Peru, mas suava mais ainda.
“Vocês têm que correr! O general Yurley achou vocês de algum jeito, e mandou as tropas atacarem. Tem mais ou menos umas duzentas criaturas!”
Tom, sem demora, pegou a fada nas cuidadosamente, e perguntou:
-- Tinha dragões lá?
-- O que isso importa? Cor...—Ela parou.
Ela olhou para trás, virando lentamente a cabeça, e, então saiu voando.
Ao longe, John ouviu barulhos de passos, gente gritando, e foram cada vez mais aumentando. Então logo depois que ele ouviu um rugido, ouviu Tom assobiar. Ele ouviu um agudo pio de ave, e, do nada sentiu alguma coisa puxar sua barriga. E o barulho ia aumentando. Quando percebeu, estava nas costas do centauro, com Peru logo atrás, encostado nas suas costas, aparentemente desmaiado. Então olhou para baixo, e percebeu que estava voando, pois via de cima um exercito de todas as criaturas que ele conhecia, menos dragões, e nenhuma podia voar, pelo jeito. Olhou para cima, e viu o enorme braço do centauro segurando as pernas traseiras de uma ave vermelha, uma Fênix. E, ao seu lado, outra fênix segurava a Quimera com as patas, e o hipogrifo estava voando.
A fuga foi longa e cansativa. Não sabia seu destino, mas sabia que tinham um, do jeito que eles estavam tão bem organizado, e fazendo curvas sem se confundir.
Aquela viagem estava o deixando cansado. Para não dormir, pensou em todas as coisas que já tinham acontecido. Mas não adiantou. Logo estava dormindo, com a cabeça apoiada no pescoço levantado do centauro, que soltou um grunhido de desaprovação.
A fênix soltou um piado, ligeiramente mais agudo do que de quando ela foi chamada, e começou a descida.
John acordou numa cama dura, e sem travesseiro. Abriu os olhos e fechou-os novamente. Estava sonhando com sua namorada, que provavelmente eu não a mencionei a você. Era uma garota morena, com os olhos azuis como o céu, e a pele bronzeada como sorvete de chocolate. No seu sonho ele estava de mãos dadas com ela, assistindo um filme de cinema, então, quando eles iam se beijar, ele acordou.
Naquele momento, John ficou profundamente chateado, mas então se lembrou o porque estava ali, e tinha uma missão a cumprir.
“Talvez eu devesse contar tudo ao Peru...” pensou.
E então se levantou, botou seu chinelo mal cuidado desde que chegou ali, que estava ao lado de sua cama, e se levantou.
Caminhou um pouco para frente, e olhou em volta. Por ora, parecia que estava numa favela. A parede mal cuidada tinha uma cor verde-musgo, enquanto o chão era pura grama. A sua frente, e a um metro de sua cama, estava a de Peru, que roncava como um leão enfurecido.
Procurou a porta e a encontrou, a uma pequena distancia dos pés de Peru.
A porta era igualmente mal cuidada, com a pintura caindo e a maçaneta parecia enferrujada.
John se aproximou dela, e teve certeza que a maçaneta era enferrujada, pois ao invés da porta estar fechada, estava entreaberta.
Ele encostou a mão no plano da porta, e sentiu um ar gelado invadindo sua mão, e, rapidamente, empurrou a porta.
quarta-feira, 1 de outubro de 2008
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